quinta-feira, 25 de julho de 2013
O Homem de Aço - Crítica
Longa dá pontapé inicial na nova fase da DC nos cinemas e apresenta uma nova versão do herói
Nicholas Gonçalves - 25 de julho de 2013
Em O Homem de Aço, primeiro capítulo da nova franquia de um dos mais tradicionais ícones da cultura pop de todos os tempos, o diretor Zack Snyder(300, Watchmen - O Filme) parece preocupado em se afastar das representações anteriores(como Sucker Punch) e deixa claro quem é o "seu Superman", emulando outros cineastas com o seu filme como os flashbacks em Smallville inspirado em Terrence Malick(Árvore da Vida) e pegando emprestado brinquedos de caixa de J.J.Abrams(Star Trek), enchendo a tela com brilhos, ação e urgência, somados á câmera na mão, que lembram o trabalho do diretor de Star Trek.
O filme dedica pelo menos uma hora a origem de Kal-El - Clark Kent(Henry Cavill), deixando a tarefa principalmente a cargo dos 2 pais do personagem Jonathan Kent(Kevin Costner) e Jor-El (Russell Crowe), que são fundamentais para apresentar a história do garoto que finalmente descobre por que é tão diferente das outras pessoas, o longa ressalta a importância de Jonathan e Martha Kent (Diane Lane) na formação do caráter "humano" do protagonista.
A narrativa do filme funciona numa espécie de vai -e -vem, onde acompanhamos Clark Kent adulto viajando pelo mundo, tentando encontrar o seu lugar na Terra, ao mesmo tempo vemos flashbacks do seu passado - recurso utilizado para pode contextualizar o personagem, parecendo aceitar seu papel de protetor de humanidade. A vida de Clark sofre mudanças quando o General Zod (Michael Shannon), um exilado militar de Krypton, que parte com o seu exército para procurar a chave que simboliza o renascimento dos kryptonianos e agindo de tal forma fazendo questão de explicar ao super-herói com todas as letras.
Zod parece despertar no final da história, deixando de ser coadjuvante de luxo mostrando sua real força e assumindo de vez o papel de líder dos vilões, a kryptoniana Faora (Antje Traue) supreende aparecendo com destaque, tendo um luta até mais interessante contra o Superman do que a luta final entre o Super x Zod. O roteiro de Christopher Nolan e David S. Goyer é bastante claro na maneira como vê o Superman, em fixar a marca de "seu" próprio Superman, ele é o messias, o enviado á Terra para nos guiar, é ai que entra o realismo de Nolan muito explorado na trilogia O Cavaleiro das Trevas, o interesse pelas implicações filosóficas e sociais, e neste longa parte-se para a religião, a descoberta de que não estamos sozinhos no universo(o trecho que marca é: "Você é a resposta para: estamos sozinhos no Universo?", dita por Jonathan Kent).
Com a excelente atuação do ator britânico Henry Cavill, se apaga qualquer comparação com Christopher Reeve, o ator representa um Clark Kent que passa pela transformação que precisa passar: de inseguro e procurando pelo seu lugar no planeta, para o herói que todos conhecemos que vai guiar a humanidade e a escolha de Cavill para o papel foi mais do que acertada.
O elenco secundário é determinante no sucesso do filme, para situar o herói em 2 mundos: de um lado, Jonathan Kent (Kevin Costner - parece que saiu dos anos 80, grande atuação) e Martha Kent(Diane Lane), compõem algumas das melhores cenas, do outro Jor-El (Russell Crowe - posso até estar exagerando, mais ele teve atuação em nível de Gladiador) e Lara(Ayelet Zurer), cada um representando um conjunto moral que Superman necessitará para definir o seu lugar.
Amy Adams, que interpreta a icônica jornalista Lois Lane também enfrenta seus dilemas morais, tendo a função de ser a âncora da humanidade no filme e sendo colocada no centro da ação. O resto dos coadjuvantes - Laurence Fishburne, Christopher Meloni, Richard Schiff e Harry Lenix não desapontam, mas também não possuem muito espaço para crescer.
No final das contas, O Homem de Aço é um filme que parte de uma premissa interessante e serve para dar um pontapé inicial no universo cinematográfico da DC Comics - Warner mostrando que o "S" significa mesmo esperança, renovando a franquia que sofreu severas críticas devido a Superman - O Retorno do diretor Bryan Singer.
Eu assisti o filme em 3D, que só vale mesmo a pena nas cenas de ação e na luta final em Metrópolis, entre o Super e Zod, as cenas permitiram explosões de fisicalidade e grandiloquência no melhor estilo Os Vingadores, momentos que lembram a devastação épica de Transformers 3 que daria inveja até em Michael Bay e as lutas no ar que lembram a série animada Dragon Ball Z, o confronto entre 2 deuses e cidades sendo destruídas no processo.
Todas essas coisas acontecendo embalado pela excelente trilha de Hans Zimmer, que nada ecoa a marcante trilha sonora de John Williams, que marcou a história do cinema nos filmes de Christopher Reeve. Sobre easter-eggs, reparei em 2: um quando Zod arremessa um caminhão no Superman, aparece bem na cara de quem está vendo o filme, o logo da LexCorp, empresa do milionário vilão Lex Luthor e o outro quando uma parte da luta vai para o espaço, rapidamente aparece o logo da Wayne Enterprises num satélite.
O Homem de Aço - EUA - 2013
Duração: 143 minutos
Gênero: Ação - Ficção
Direção: Zack Snyder
Roteiro: Christopher Nolan e David S. Goyer
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Diane Lane, Kevin Costner, Russell Crowe, Michael Shannon, Antje Traue, Lawrence Fishburne, Christopher Meloni
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