terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Django Livre - Crítica

      Faraoeste de Tarantino faz uso de personagens armados para uma trama cheia de humor negro 


Nicholas Gonçalves - 29 de janeiro de 2013 


O filme Django Livre(Django Unchained) do diretor Quentin Tarantino se passa na América escravocrata do século XIX, 2 anos antes da Guerra Civil(1860). O escravo liberto Django Freeman(Jamie Foxx) acompanha um caçador de recompensas alemão, o Dr. Schultz(Christoph Waltz) pelo Texas e Mississipi atrás de sua esposa Brunhilda(Keery Washington), (homenagem de Tarantino á valquiria da mitologia nórdica do século XIII que é resgatada do seu fogo pelo seu amado Siegfried) vendida para o cruel fazendeiro Calvin Candie(Leonardo DiCaprio).

O roteiro de Tarantino que ganhou o Globo de Ouro, não deixou de retratar o velho oeste americano da forma mais cruel e violenta possível, porém justifica-se a violência excessiva porque o propósito maior da história é a libertação da mulher de Django, Brunhilda e no meio disso tudo, quando alguém morre de forma inexplícavel, lá estava o Dr.King Schultz com uma ordem judicial em mãos.

De todos os prazeres de violência e humor que o filme proporciona em 2hs e 45 min., Tarantino confirma ser um diretor de atores: a performance do elenco é maravilhosa, com destaque para Samuel L. Jackson que faz um velho escravo chamado Stephen que chefia todos os outros escravos da mansão de Calvin Candie(Leonardo DiCaprio), quando Stephen surge no filme, a mensagem que fica é a loucura do velho oeste devido a cena que viu: Ele(Stephen) é um escravo negro se assusta ao ver um negro(Django) montado no cavalo.

Em Django Livre, vemos uma colagem de referências se transformando num "faroeste pipoca", alternando uma câmera nervosa(os zoons forçados) como na primeira cena de DiCaprio que foca no rosto do ator. Os diálogos não economizam nos sotaques e nos palavrões porque também é um esforço de linguagem então está passível a excessos.

A trilha sonora do filme faz homenagem a cultura negra com inúmeras canções, passando da música de abertura "Django" até o Hip Hop atual, que compõe uma das melhores cenas de ação do filme.

Com a participação do próprio Tarantino no final do filme, uma sequência envolvendo gorros da Ku Klux Khan e atuações ótimas, Django Livre se mostra se compromisso ao fazer o público rir durante boa parte do filme e tem em um de seus personagens a crítica central da sociedade atual.


Django Livre - EUA - 2012
Duração: 165 min.
Gênero: Faroeste
Direção: Quentin Tarantino
Roteiro: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Kerry Washington, James Remar, Zoe Bell.

Imagens:


1138856 - Django Unchained Leonardo DiCaprio, como o fazendeiro Calvin Candie: elenco tem atuação irrepreensível no longa, que estreia no próximo dia 18 (Foto: Divulgação)


 O caçador de recompensas King Schultz (Christoph Waltz) e o ex-escravo Django Freeman (Jamie Foxx), protagonistas do novo longa-metragem do diretor Quentin Tarantino (Foto: Divulgação) Django Livre
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