Semelhanças com Jogos Vorazes pode estragar a experiência da adaptação do livro da autora Veronica Roth que tem como protagonista Shailene Woodley
Nicholas Gonçalves - 19 de abril de 2014
Estamos vivendo uma época para o entretenimento cinematográfico onde o gênero das adaptações dos livros "young adults'' geralmente voltados para o público feminino como Crepúsculo e Jogos Vorazes;
A adaptação da autora Verônica Roth tem direção de Neil Burger (O Ilusionista) terá as continuações Insurgente e Convergente - que será dividida em 2 partes - assim como Crepúsculo, Harry Potter e Jogos Vorazes - já estão com lançamentos marcados para 2015, 2016 e 2017; Eu tenho o livro Divergente, comprei em janeiro porque já sabia da existência da franquia, mas não vou ficar aqui nesta resenha comparando o filme com o livro porque são obras diferentes e acredito que devam ser avaliadas de formas diferentes;
Divergente se passa numa Chicago futurista, quando a adolescente Beatrice (Shailene Woodley) completa 16 anos de idade e tem que escolher uma entre as diferentes facções (Amizade, Erudição, Audácia, Franqueza e Abnegação) existentes, sendo que ela nasceu na Abnegação e descobre ser uma Divergente através de um teste (uma coisa parecida com o chapéu seletor de Harry Potter); Beatrice surpreende a todos e a si mesma quando decide escolher pela facção dos destemidos (Audácia ou como eu mesmo batizei, a facção da zoeira!), uma escolha diferente do que a família queria e tendo que abandonar a sua casa e família e ao entrar na Audácia, ela se torna Tris e enfrenta uma jornada para enfrentar seus medos e decobrir quem ela realmente é;
Em resumo, Tris carrega consigo características de facções distintas e o seu destino é um mundo de possibilidades o que no futuro do longa é visto como uma ameaça; Os conflitos vividos pela protagonista e a disputa das facções pelo poder são momentos que se misturam e comprometem o desenrolar da narrativa, a história se torna um pouco confusa ao tentar dar um fim a todos estes momentos mudando o foco da aventura para dar um espaço ao romance entre Tris e um de seus treinadores, Quatro (Theo James) que depois descobrimos ser também um divergente;
Todos os esforços caminham para enfatizar tal relacionamento dos dois, as descobertas deles enquanto habitantes de uma sistema político bastante rígido; Assim, nem o empenho do elenco de bons coadjuvantes como a personagem Cristina (Zoe Kravitz), que é a melhor amiga de Tris e Eric (Jai Courtney) - filho de John McClane em Duro de Matar 5 - consegue ser um vilão bem intimidador e badass, a atriz Kate Winslet pouco se destaca como a vilã Jeanine Matthews, sendo uma personagem muito superficial para que ela pudesse mostrar todo o seu talento;
O diretor Neil Burger não conseguiu conduzir bem o filme, é bem desagradável algumas cenas ficando no completo silêncio, as cenas de luta não foram bem coreografadas e o ritmo cadenciado no começo a projeção para guiar para o final da película torna o 3° ato, um pouco sem graça;
Concluindo, Divergente perde pontos ao passar tão rapidamente de situações complexas vividas pelos protagonistas a uma história de amor feita para o público adolescente e acaba sendo um filme ok, com uma história boa mas mal contada; :/
Divergente - EUA - 2014 (***)
Duração: 139 minutos
Gênero: Aventura, Ficção
Direção: Neil Burger
Roteiro: Evan Daugherty e Vanessa Taylor
Elenco: Shailene Woodley, Theo James, Kate Winslet, Zoe Kravitz, Ashley Judd, Jai Courtney, Miles Teller, Tony Goldwyn, Ray Stevenson, Maggie Q;
Imagens:
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