47 Ronins - Crítica

         Com orçamento de US$ 200 milhões, filme com Keanu Reeves não é revolucionário



Nicholas Gonçalves - 01 de fevereiro de 2014 


47 Ronins, filme que já estreou nos EUA com orçamento de US$ 200 milhões somando com US$ 25 milhões gastos em promoção para promover o longa que tem direção de Carl Rinsch que jamais havia realizado um longa-metragem na sua vida, tem a proposta de contar a lenda mais famosa do código de honra samurai, o bushido; 

Segundo a história, 47 samurais tornaram-se ronins (samurais sem mestre) depois do seu mestre ser obrigado a cometer o seppuku (ritual suicida) por problemas com uma autoridade do seu país, liderado por Kai (Keanu Reeves) os ronins buscam vingança contra o soberano que traiu o seu mestre. Sendo "taxado" de mestiço desde criança, Kai sempre esteve sob a proteção do Lorde Asano (Min Tanaka) e nunca foi aceito por Oishi (Hiroyuki Sanada), o chefe dos samurais, até que um dia o Shogun Tsunayoshi (Cary-Hiroyuki Tagawa) visita Ako e leva consigo o Lorde Kira (Tadanobu Asano) que possui um pacto com a feiticeira (Rinko Kinkuchi) de tramar contra Asano e fazer que Oishi caia em desgraça; 

Elementos típicos de filmes de samurai, como: lealdade, sacrifício, persistência e honra são ignorados dando lugar a efeitos especiais, cenários deslumbrantes e seres super fantásticos supostamente baseado no folclore japonês - algumas cenas lembram o filme O Tigre e o Dragão; O roteiro mistura elementos diversos de sua história ignorando época, sociedade e cultura seja visto como lenda ou fato histórico, o acontecimento é resultado de um conjunto sociopolítico e econômico e não de bruxaria ou magia como o longa faz o público acreditar; 

Toda a parte "mágica" do filme contida no filme pode ser considerado um certo desrespeito e zombaria pelos fãs do gênero considerando a história que se dispuseram a contar no cinema, enquanto erra nas premissas o filme tenta fazer do exército de Kira uma ameaça grandiosa tanto pela quantidade de soldados quanto pela magia da bruxa e em nenhum momento fica a sensação de perigo ou ameaça aos ronins; A escala épica que a narração sugere se limita apenas as criaturas mitológicas que são incluídos de maneira bem discreta; 

47 Ronins poderia ter inovado mostrando um novo olhar sobre os ronins, mas toda a fantasia do longa é dosada e não complementa com a história, tornando-se um filme vazio em conteúdo narrativo e educativo com uma trama que não empolga, sendo um ótimo caso do cinema de massa de hoje em dia: tentativa de tirar o público de casa através de falso encanto estético sendo que curiosamente os realizadores do longa tinham uma boa história para contar e a contaram de forma errada; 


47 Ronins - EUA - 2013
Duração: 127 minutos
Gênero: Fantasia. Aventura
Estúdio: Universal
Direção: Carl Rinsch
Roteiro: Chris Morgan 
Elenco: Keanu Reeves, Tadanobu Asano, Rinko Kikuchi, Hiroyuki Sanada; 


Imagens: