Remake de José Padilha consegue atualizar o conceito do RoboCop para o nosso tempo
Nicholas Gonçalves - 01 de março de 2014
RoboCop, quando foi lançado em 1987, mostrava a cidade de Detroit tomada pela criminalidade e a força policial sucateada, diante dessa situação de desespero surge o robô policial, Alex Murphy (papel que ficou com o ator Peter Weller) como o alento de uma cidade sitiada, encarnando um ciborgue de movimentos rígidos;
Já em 2014, Alex Murphy (Joel Kinnaman) não morre e é integrado a um corpo moderno com habilidades, porém o Policial do Futuro como assim é denominado integra a megacorporação da Omnicorp, empresa comandada por Raymond Sallers (Michael Keaton) - em certos momentos se assemelha a Steve Jobs e Bill Gates - que produz robôs militares para o mundo todo exceto nos EUA devido a uma lei anti- máquinas; A MGM depois de vários anos tentando colocar para frente o remake do filme do diretor Paul Verhoeven até decidirem que o diretor brasileiro José Padilha (Tropa de Elite) era a pessoa ideal para atualizar o RoboCop;
Assistindo aos 2 filmes conseguimos fazer as semelhanças e diferenças, a principal semelhança é a tendência de criar um ponto de vista e a premissa conhecida do policial que sofre um atentado é mantida como uma máquina e enquanto o original não tinha mais nada a perder e apresentava apenas resquícios da sua antiga vida de policial e o atual RoboCop se sustenta pela família, emoções, medo e desejos, a diferença que Padilha traz são os coadjuvantes criados como tópicos de discussão;
Falando no diretor brasileiro que está fazendo a sua estreia em um blockbuster americano, podemos resumir a sua película como um retrato mais atual da nossa sociedade e para criticar o que ele gosta de chamar de Sistema, assim como é retratado em Tropa de Elite 2, vemos a mídia influenciando as decisões políticas que é representada neste remake por Pat Novak (Samuel L. Jackson) - que é uma versão americana de Fortunato de Tropa de Elite 2 - e que no final emite uma mensagem que pode não agradar os fãs não americanos, para mim um dos poucos erros remake que parece ter sofrido alguma influência dos produtores;
Um ponto interessante do longa é a interação entre o cinema e os vídeo games que em uma saída de mestre para mostrar um massacre sem precedentes, sem que apareça uma gota de sangue sequer o público é transportado para cenas ao melhor estilo Call of Duty, o modo de dirigir do brasileiro é moderno e arrojado sendo diferente como estamos acostumados a ver em outros filmes de ação em Hollywood;
Destaques do longa a parte são as atuações dos atores: Michael Keaton que faz Raymond Sallers que faz qualquer coisa, mesmo passando por cima de tudo e todos, de sempre lançar o melhor produto e fazer a sua empresa ganhar mais alguns bilhões, Gary Oldman que interpreta o Dr. Dennett Norton, apesar de que quem assiste não consegue ter certeza das suas intenções e para fechar do protagonista Joel Kinnaman que manda muito bem como Alex Murphy/RoboCop;
RoboCop é um filme competente, uma releitura pontual e inteligente que traz boas doses de entretenimento, apesar de sofrer um pouco com o ritmo de no seu começo é acelerado conseguiu-se transmitir a história sem parecer confuso;
Não se esqueça, Vivo ou Morto: Vá ao Cinema!
RoboCop - EUA - 2014 - 4 estrelas (****)
Duração: 117 minutos
Gênero: Ação - Policial - Ficção
Direção: José Padilha
Roteiro: Joshua Zetumer
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton, Abbie Cornish, Samuel L. Jackson, Jennifer Ehle, Jackie Earle Haley
Imagens:
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